segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Texto de português sobre o Saresp

Liberdade

Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se tem levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade!”; nossos avós cantaram: “Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!”; nossos pais pediam: “Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós”, e nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria...” – em certo instante.
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.
Ser livre – como diria o famoso conselheiro... é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado – é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!...
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.
E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!...
São essas coisas tristes que contornam sobriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor as suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos – linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...
MEIRELLES, Cecília. Escolha o seu sonho: crônicas. Rio de Janeiro: Record, 2002, p.

01. O texto afirma que
(A) a escravidão depende das escolhas das pessoas.
(B) a liberdade de um acaba onde começa a liberdade de outrem.
(C) as criaturas combatem a liberdade com entusiasmo juvenil.
(D) os sentimentos sombrios deslumbram a liberdade.

02. O resultado de ser livre é
(A) ampliar a órbita da vida.
(B) cantar a liberdade como nossos avós.
(C) viver sem sonhar.
(D) viver sem qualquer obrigação.

03. A liberdade é tão fundamental ao homem que
(A) certamente se prefere a morte à liberdade.
(B) com liberdade tudo se consegue na vida.
(C) onde não há liberdade não há pátria.
(D) sem liberdade não se constrói coisa alguma.

04. Em “Ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado (....)”, os termos destacados se referem a pessoas que
(A) comportam-se de forma imprevisível.
(B) desobedem às regras e às convenções.
(C) fazem só o que os outros lhes determinam.
(D) sabem muito bem o que devem realizar.

05. No segundo parágrafo do texto, entende-se que a Liberdade é
(A) a inspiração para cantos antigos e
(B) o bem mais precioso do homem.
(C) um bem esquecido por nossos parentes.
(D) uma luta que, às vezes, vale a pena travar.

06.A questão central tratada no texto é
(A) a emoção dos antepassadas.
(B) a felicidade das pesso
(C) a liberdade humana.
(D) o combate à escravidão.

Instruções: Leia o quadrinho a seguir e responda as questões de números 1 e 2.



(Bill Watterson. O mundo é Mágico: As aventuras de Calvin & Haroldo. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2007)

01. Calvin (o menino no banho) fala "É UM REDEMOINHO GIGANTE!!ESTAMOS DESCENDO!"
quando
(A) ele tem dor de barriga e sai do banho.
(B) ele dá descarga depois de soltar o barquinho.
(C) ele vê o vaso sanitário sujo.
(D) ele termina de tomar banho.

02. Como termina a brincadeira do Calvin?
(A) Com o pai do Calvin comprando outro barco.
(B) Com o Calvin triste por ter perdido o barquinho.
(C) Com o vaso sanitário entupido.
(D) Com o Calvin queimado pela água quente.

Instruções: Para responder às questões de números 3 a 8, leia o texto abaixo.

Criança diz cada uma..
Aninha já estava com dois anos. Loira, linda. Nunca tinha cortado os cabelos. Eram
amarelos-ouro e cacheados. “Parecia um anjinho barroco”, diz a mãe coruja.
Lá um dia, a mãe pega uma enorme tesoura e resolve dar um trato na cabeça da
criança, pois as melenas já estavam nos ombros. Chama a menina, que chega ressabiada,
olhando a cintilante tesoura.
- Mamãe vai cortar o cabelinho da Aninha.
- Aninha olha para a tesoura, se apavora.
- Não quero, não quero, não quero!!!
- Não dói nada...
- Não quero!, já disse.
E sai correndo. A mãe sai correndo atrás. Com a tesoura na mão. A muito custo,
consegue tirar a filha que estava debaixo da cama, chorando temendo o pior. Consola a filha.
Sentam-se na cama. Dá um tempo. A menina pára de chorar. Mas não tira o olho da tesoura.
- Olha, meu amor, a mamãe promete cortar só dois dedinhos.
Aninha abre as duas mãos, já submissa, desata o choro, perguntando, olhando para a
enorme tesoura e para a própria mãozinha:
- Quais deles, mãe?

(PRATA, Mário. 100 crônicas de Mário Prata. São Paulo: Cartaz editorial, 1997)

03. A ação da narrativa começa quando
(A) Aninha sai correndo.
(B) Aninha abre as duas mãos.
(C) a mãe promete cortar só dois dedinhos.
(D) a mãe pega uma enorme tesoura.

04. As palavras "menina", "que" e "filha" referem-se a Aninha e são utilizadas com a intenção de:
(A) dar continuidade ao texto, evitando a repetição do nome de Aninha.
(B) reforçar a idéia de que a mãe é a personagem principal do texto.
(C) fazer substituições desnecessárias para o entendimento do texto.
(D) tornar o texto incoerente.

05. Aninha não quer cortar os cabelos porque
(A) parecia um anjinho barroco e queria continuar assim.
(B) eles já estavam nos ombros.
(C) fica apavorada ao olhar para a enorme tesoura.
(D) terá de cortar só dois dedinhos.

06. A história ganha ritmo mais acelerado pelo uso das seguintes palavras:
(A) nunca, atrás, debaixo.
(B) correndo, chorando, temendo.
(C) loira, cabelo, enorme.
(D) tempo, tesoura, própria.

07. “a mãe pega uma enorme tesoura e resolve dar um trato na cabeça da criança, pois as melenas já estavam nos ombros.” Desse trecho compreende-se que
(A) para a mãe, os cabelos já estavam compridos e era hora de cortá-los.
(B) para a menina, os cabelos estavam compridos, mas não precisavam ser cortados.
(C) tanto para a mãe quanto para a menina os cabelos precisavam de um corte.
(D) os cabelos já não eram mais amarelos-ouro, por isso precisavam ser cortados.

08. “?? Não quero, não quero, não quero!!!.” A repetição de não quero e as três exclamações
seguidas indicam que
(A) a mãe perdeu a paciência com a menina.
(B) Aninha vai cortar o cabelo.
(C) Aninha está falando calmamente.
(D) Aninha está praticamente gritando.

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